Os super-heróis como apresentados em meados do século XX não existem mais. Sua ingenuidade voluntariosa, sua apologia ao bem e à justiça deram lugar à supremacia da força e à sede de poder. Alguns chegaram mesmo a se converter em maus, como se deu com o jovem Kid Miracleman, o mais novo dos personagens da família Miracleman.
As histórias simplórias do bem contra o mal se transformaram em enredos rebuscados e repletos de referências bibliográficas, quem sabe para dar um caráter mais adulto e verossímil a um mundo em sua gênese fantasioso. Na década de 1960 já tínhamos a trama dramatizada e problematizada de personagens como Homem Aranha e Capitão América. Era uma forma de aproximar o mundo fantástico do mundo real dos jovens leitores da ficção alucinada dos super-heróis. O resultado foi a transformação completa desse universo mitológico, mudando os rumos de um gênero em vias de esgotamento.
A evolução dessa diretriz levou mesmo à própria negação do super-herói, como se vê em Batman, O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, onde um personagem envelhecido e psicótico não distingue mais os limites entre o bem e o mal. Mas, talvez os trabalhos mais complexos em função de sua linguagem, conceito e referências sejam as séries Monstro do Pântano, Sandman, Watchmen e, é claro, Miracleman.
• Páginas: 64 • Formato: 12 x 18cm • Acabamento: capa cartonada •
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